IPJ

O salmo 139 foi escrito pelo rei Davi, neste salmo encontramos a exposição dos recessos mais recônditos de seu coração, para serem inspecionados por Deus. O Senhor conhece cada segundo de sua vida, tudo está debaixo do poder de Deus. A composição do Saltério aconteceu durante o período do antigo testamento. Martinho Lutero chamou o livro dos Salmos de uma pequena Bíblia e o “sumário do Antigo Testamento”.

Nos Salmos as verdades teológicas não são apresentadas de modo sistemático ou abstrato, as realidades transmitidas neles estão relacionadas a vida e fala no contexto da fé baseada numa aliança. Aqui Davi demonstra que tinha um íntimo conhecimento de Deus e uma experiência com Ele. Do ponto de vista da teologia do velho testamento, este é o clímax do pensamento no Saltério sobre o relacionamento pessoal de Deus com o indivíduo. O salmista não se ocupa de filosofia abstrata ou meditação especulativa, ele simplesmente descreve sua humilde caminhada com Deus.

Davi ensina que caminhar com Deus é vital para a vida cristã, demonstra que é tolice avaliar o conhecimento de Deus com base em nosso próprio conhecimento. Deus é inesgotável em conhecimento e jamais iremos conseguir conhecer por completo ao Senhor. As palavras profundas neste salmo, demonstra a intimidade que Davi tinha com Deus, essa linda oração que mostra humildade perante a majestade do nosso Senhor. Davi exalta a Deus com sua onisciência, onipresença e sua onipotência.

O salmista Davi declara, Senhor, tu me sondas e me conheces, ele está convencido por experiência que Deus sabe tudo a respeito dele. Ele sabe que o conhecimento perfeito de Deus vai além de seus atos individuais, motivações e propósitos. Enquanto ele permanece respeitosamente dentro do seu próprio conhecimento da onisciência divina, ele sabe que a total compreensão está além do entendimento humano.

O salmista declara que Deus sabe todas as coisas, desde as mais simples como se sentar, andar, deitar-se, levantar e até as mais complexas ações como os pensamentos. No segundo versículo, encontramos uma expressão clara da onisciência de Deus. Nossos atos e pensamentos, estão ocultos apenas para aqueles que estão ao nosso lado, porém o salmista sabia que nada pode ser ocultado do Senhor. Outra expressão clara da onisciência de Deus, encontra-se no versículo quatro, “Ainda a palavra não me chegou à língua”, as palavras antes que sejam ditas, antes que eu pense em falar, Deus já sabia o que eu iria proferir. O Deus que sabe todas as coisas conhece o íntimo tanto do salmista como de toda a sua criação.

A onipresença de Deus, está expressa por meio de uma série de contraste, a saber, Deus está no céu e no mais profundo abismo, isso é algo surpreendente. O mais profundo abismo, é uma tradução do termo hebraico sheol, que significa sepultura, observe que nem a esfera da morte, escapa da presença de Deus. Para Deus não há distância. O salmista reconhece a presença pessoal de Deus em toda a sua criação, não existe lugar para onde o salmista fosse, que ele não estaria debaixo da visão de Deus. Mesmo que se esconda no mais profundo ou mais alto lugar, “ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (v.10), mesmo que se esconda no lugar mais escuro, Deus pode ver do mesmo jeito por que “até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa” (v.12). Para o Senhor a escuridão não é escura, não existe ausência de luz, ou seja, a noite é tão clara como o dia.

A mão de Deus penetra em toda vida, este é outro vislumbre da onisciência de Deus nos maravilhosos processos da criação e procriação. Novamente o orador permanece respeitosamente diante da natureza incompreensível dos pensamentos divinos. Você pode plantar uma semente, mas não pode fazê-la nascer se não for a vontade de Deus. Somente Deus pode dar a visa, somente Ele tem o sopro da vida.

Quando estávamos no ventre materno, lá Ele já sabia tudo sobre nós, ali estava presente gerando a vida e formando nosso ser, e que o próprio Deus nos trouxe à existência, ficamos maravilhados com a grandeza de Deus. Ao reconhecemos que todo poder pertence a Deus, tornamo-nos mais humildes e dependentes do Senhor.

O salmista termina com um pedido pessoal para que Deus o sonde, prove, conheça, veja e guie. Seu alvo é o caminho eterno, o modo de vida e paz que contrasta como caminho de ruína e destruição do ímpio. 

Davi encerra essa oração pedindo a Deus para que o sonde, prove e o guie pelo caminho eterno. Ele reconhece a onisciência, onipresença e onipotência de Deus, neste sente convido você a orar suplicando a Deus na forma sincera de seu coração; “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”.

Rev. Cristiam Matos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *