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Esta palavra em hebraico significa: “salva-nos, te imploramos”, e foi com ela que uma numerosa multidão que foi até Jerusalém para as festividades da Páscoa saudava a Jesus. Mais do que uma saudação, era um pedido de salvação, pois os judeus estavam cansados da dominação romana e do conluio dos poderosos e sacerdotes com eles. Mais do que nunca queriam que as promessas se concretizassem – àquelas referentes ao Messias guerreiro que iria libertar o povo da dominação do mal. 

O momento era propício para que sentissem e pensassem assim, haja vista que a Páscoa celebrava justamente a libertação do povo do domínio egípcio nos tempos idos de Moisés. Pensando em Moisés, ele foi o líder poderoso em palavras e atitudes, grande jurista, homem de Deus, virtudes que o povo reconhecia também em Jesus (Mc 1.22 – Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas). Outro fato para que pensassem assim eram as profecias antigas, apontando para o rei que entraria em Jerusalém montado num jumentinho (v.14 e Zc 9.9 – Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta). Ainda devemos acrescentar que os recentes acontecimentos colaboravam fortemente para esta impressão de divindade, uma vez que a história da ressurreição de Lázaro foi repassada oralmente (17-18).

O termo hebraico para Páscoa significa “passagem”, e foi atribuído à passagem de Deus na terra do Egito. Com a passagem, o Senhor trouxe vida para os que creram em sua Palavra, e morte para aqueles que a desprezaram. Eis agora Jesus, o próprio Deus encarnado, “passando” entre aquelas pessoas, e certamente trazendo vida eterna para alguns e morte eterna para outros. O próprio autor do evangelho reconheceu que naquele momento em que tudo isto aconteceu eles não tinham a devida compreensão, mas depois da morte e ressurreição de Cristo, depois que ele foi assunto aos céus, eles se lembraram – e compreenderam – todas as coisas (16).  Já os fariseus nada conseguiram entender do que estava acontecendo (19); para eles, Jesus era um ilusionista que enganava todo o mundo. 

Mais uma vez celebramos a Páscoa – a passagem de Jesus neste mundo. Por mais tímidas que sejam as celebrações neste momento em que vivemos, o fato é que Deus passou entre nós. É inevitável a comparação com o Egito, com a morte dos primogênitos, com a dor estampada nos rostos e corações dos que não crêem. Talvez mantos e palmas não sejam espalhados pelas ruas do Brasil e do mundo, mas isso não impedirá que o rei entre triunfante. Por mais que os modernos fariseus digam que é tolice acreditar em Jesus e em suas promessas eternas, e que o correto é dar crédito à ciência como única esperança de salvação, o fato é que cristãos verdadeiros vão celebrar a Páscoa sabendo que ela aconteceu e está acontecendo entre nós. 

Mais do que nunca clamamos: Hosana ao filho de Davi!

Um bom e abençoado dia de Páscoa!

Rev. Joel 

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