IPJ

Homem de grande ira tem de sofrer o dano; porque, se tu o livrares, virás ainda a fazê-lo de novo” – Pv 19.19

 

Não, não é sobre aquele filme famoso que quero falar. Estou pensando nas milhares (senão milhões) de pessoas que se sentem acima das regras, da moral e da ética. Não são intocáveis porque são extremamente fortes, hábeis combatentes, prontos para meter medo no mais corajoso homem da lei; são intocáveis porque lhes foi permitido serem assim.

Os intocáveis surgem na infância. Diferente das outras crianças, algumas são agressivas, gritalhonas, insuportáveis de aturar. Para acalmá-las usa-se o método mais simples e eficaz: ceder aos caprichos da criança. Assim ela faz o que quer, quando quer, da forma que bem entende; e assim domina todos os que estão ao seu redor. Infelizmente o número de crianças assim tem crescido exponencialmente, até mesmo por conta da filosofia de ensino moderno onde a criança não pode ser frustrada para não crescer com traumas emocionais ou psicológicos. Por mais estranho que pareça o resultado final é justamente o contrário: o que mais se vê nos consultórios psiquiátricos ou clínicas psicológicas são pessoas “traumatizadas” porque, mesmo tendo conseguido tudo o que queriam, jamais amadureceram: vivem a síndrome de “peter pan”  ou sofrem do complexo de “cinderela” (quer um príncipe, uma família maravilhosa, filhos obedientes – tudo num passe de mágica! – mas também querem bailes e prazeres carnais sem responsabilidades). 

Diz um ditado antigo que “é de pequeno que se torce o pepino”. A origem deste vem da lida agrícola, da forma com que se cultiva este fruto que precisa de atenção nos seus primeiros dias de desenvolvimento. Voltando ao ditado, ele é aplicado à criança pequena com a intenção de corrigi-la na mais tenra idade para que mais tarde não se torne uma pessoa amarga e difícil de lidar. 

Uma vez criado o devido “pano de fundo” ou contextualização, podemos retornar ao verso de Provérbios. Lá está expresso claramente que o homem (ou criança) de grande ira, que tem rompantes de violência física, psicológica ou verbal precisa ser devidamente corrigido, confrontado, responsabilizado por seus atos. Não importa se os resultados da ira são grandes ou pequenos, justificáveis ou não; o que precisa acontecer é a disciplina – o ato pelo qual o infrator é devidamente “enquadrado” pela lei, pela moral e pela ética. Não é fácil fazer isto em tempos onde a filosofia do mundo apela para que todos “pensem e ajam fora do quadrado” (não se assuste: esta é a nova proposição para quebrar paradigmas antigos e estabelecer novos horizontes de liberdade [ou seria melhor dizer “libertinagem”?]). Pensar fora do quadrado é sair do cercado, do conhecido, daquilo que oferece uma estrutura segura para aventurar-se no desconhecido. Quanto mais pensar e agir fora da caixa for algo a ser incentivado e desejado, maior serão os malefícios para a sociedade em geral. Por exemplo: parlamentares pensam fora da caixa e por isto possuem “caixa 2” (para campanha eleitoral futura), “caixa 3” (para fazer um “pé de meia” sem pagar impostos ou cair na malha fina) e às vezes um “caixa 4” (mensalinhos ou coisas semelhantes). Como a justiça é ineficiente para coibir, mais e mais parlamentares passam a pensar fora da caixa (dando nomes criativos para substituir o que suas ações são de fato: roubos), e assim produzem profundos prejuízos ao erário público que, em última análise, é o seu e o meu dinheiro de impostos e taxas que já consideramos abusivos. 

Sejam crianças, sejam adultos, o provérbio é sábio em alertar: Se nada for feito eles vão continuar a fazer aquilo que irrita, que lesa, que prejudica. 

Você tem filhos? Discipline-os com amor para que não se tornem pessoas ruins no futuro.  Você se depara com pessoas iracundas, que querem ganhar tudo no grito? Oponha-se gentilmente reforçando os valores éticos, morais, legais e espirituais para que tais pessoas saibam que com você o procedimento deles “não cola”. Você tem o poder para denunciar os maus? Então faça isto como uma expressão de amor por aqueles que estão sendo explorados, e para que os maus não prosperem. 

No mais, oração e jejum são grandes instrumentos da parte de Deus. Orem por estes inimigos do povo, por estes opressores, por estes indisciplinados que querem levar vantagem em tudo. Ore para que o Senhor os converta de seus maus caminhos. 

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *