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“Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” – Mt 6.3-4

 

Para o judeu religioso, a piedade estava apoiada em três pilares: oração, jejum e esmolas.  Ajudar o desvalido era uma oportunidade de chegar-se mais perto de Deus tanto quanto a oração e o jejum. Pessoas empobrecidas e carentes sempre existiram nas sociedades humanas como um subproduto do pecado, pois a ganância levava alguns a explorarem muitos ao ponto de exaurirem seus recursos físicos, materiais e emocionais e, conseqüentemente, colocá-los em situação de miséria. A palavra de Jesus reflete bem esta realidade quando afirmou: “Porque os pobres, sempre os tendes convosco…” (Mt 26.11). 

Governos tentam estabelecer programas de assistência social para minimizar os efeitos da pobreza – e fazem isto com os recursos oriundos dos impostos que arrecadam – na esperança de lhes fornecer o mínimo necessário para a subsistência. No entanto, vemos o crescimento de outra faixa de pobreza que inexistia no tempo de Jesus: as pessoas viciadas em drogas. Seduzidos pelos efeitos alucinógenos e explorados pelos traficantes, cada dia mais as ruas vão recebendo estas pessoas destruídas moral, mental, física, material e espiritualmente. Cercam os carros, pedem moedas, suplicam auxílio para alimentar seus vícios. O que fazer com tais pessoas? Como ajudá-los?

Não existe resposta fácil e simples. São pessoas que nem sempre querem (ou conseguem) largar o vício porque não suportam ficar confinadas em um lugar para serem tratadas; não querem voltar para seus lares porque não são bem vindas ou porque sabem que irão roubá-los mais uma vez. Estão literalmente presas em seus delitos e pecados, e somente a graça de Jesus pode tirá-los desta condição terrível (Ef 2.1). Sendo assim, o que podemos fazer?

O texto fala em dar esmolas e, por isso imediatamente pensamos em dinheiro. No original grego, esta palavra significa o ato da misericórdia ou da piedade, um benefício concedido, uma doação ao pobre. Na minha infância vi meu avô ajudar um homem destes por diversas vezes. Ele vinha sempre pedir dinheiro, mas meu avô lhe dava um prato de comida. Não era o que ele pediu, mas era o que realmente necessitava. Pense nisto na próxima vez que for dar esmolas.

Um bom e abençoado dia.

Rev. Joel 

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