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Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” – Mt 23.12

A humanidade anseia por glória. Todas as pessoas querem ser alguém que se destaca dentre a multidão ou, pelo menos, desejam ser consideradas acima da mediocridade (mediano); de certa forma é este pensar que as motiva para melhorarem e ultrapassarem seus próprios limites com a finalidade de suplantarem umas às outras e deixar algo para ser lembrado para a posteridade. 

Jesus parece ir na contramão deste pensamento. Em sua visão do reino de Deus quanto menor, mais humilde, mais serviçal for a pessoa, tanto maior será a sua grandeza interior, a sua alma elevada, o seu amor que se doa sem esperar retribuição ou reconhecimento. Pode parecer fácil ser assim, mas não é: enquanto no mundo as pessoas querem competir umas com as outras, no reino a proposta é vencer a si mesmo – seus próprios medos, sua vontade em ser servido, sua capacidade de aquietar-se num espírito de submissão. 

Sobre esta exaltação pessoal, em valorizar-se acima dos demais, Jesus contou uma parábola sobre como comportar-se numa festa de casamento. Ele começa dizendo que um homem foi convidado (portanto estava no local onde deveria) e imaginou que era “próximo” do noivo o suficiente para sentar-se num dos principais lugares. Porém o dono da festa encontrou um convidado mais digno e ordenou que aquela pessoa saísse do lugar onde estava para cedê-lo ao convidado mais digno (Lc 14.7-9). Em outra ocasião, Jesus contou outra parábola (ele gostava de contar histórias…), agora sobre dois homens que sobem ao templo com a intenção de orar. Um era fariseu – homem que se orgulhava de sua religiosidade, das longas horas passadas em oração, dos dois dias semanais de jejum que realizava, da forma “santa” como procedia todos os dias, até mesmo de ser fiel dizimista! O outro era um publicano – homem dedicado a cobrar impostos de seus compatriotas, considerado como traidor da nação e pecador execrável que, aos seus próprios olhos era indigno e carecia da misericórdia de Deus. O primeiro fez uma oração para exaltar suas virtudes e para julgar a vida do publicano; o segundo sequer se aproximou do templo ou ousou olhar para o céu enquanto orava pedindo o favor divino. Quem foi justificado? Certamente não foi aquele que se ufanou dos seus próprios feitos… (Lc 18.9-14). 

O que define a grandeza de um homem? Seu entendimento de valor a seu respeito? O reconhecimento das pessoas que estão ao seu redor? As ações espetaculares e fora do comum que realiza? Talvez isto defina a grandeza de um homem segundo os valores deste mundo; porém, o que define a grandeza de um filho de Deus é ser obediente, aquietar-se diante da vontade do Senhor e dispor-se a servir ao próximo com amor. É o Senhor quem há de dar o devido valor aos seus servos bons e fiéis (Mt 25.21), e ele jamais esquecerá o serviço prestado aos santos (Hb 6.10). 

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel 

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